O mercado de trabalho ainda
vai levar algum tempo para se recuperar. Por mais que desemprego esteja em
desaceleração, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
constatou no terceiro trimestre do ano que fala trabalho adequado para 26,8
milhões de trabalhadores. É o que o instituto chama de subutilização da força
de trabalho. São pessoas que se encontram em três tipos de perfil: as que estão
desocupadas; ou que podem exercer alguma atividade, mas não estão a procura de
um ofício; ou as que estão ocupadas, mas gostariam de trabalhar mais horas.
Quando comparado ao segundo trimestre do ano, esse contingente aumentou em 425
mil pessoas. Em relação ao mesmo período do ano passado, subiu em 3,8 milhões.
A alta da subutilização da
força de trabalho foi puxada no terceiro trimestre por um aumento expressivo de
trabalhadores na força de trabalho potencial. São pessoas que estão em
condições de trabalhar, mas não procuram uma atividade. Em algum aspecto,
especialistas avaliam que houve um efeito de retomada do desalento, que é o
fenômeno que consiste na desistência de pessoas de buscarem uma vaga por
suporem que não conseguem uma oportunidade no mercado. No terceiro trimestre,
eram 7,5 milhões de pessoas nessas condições.
Em relação ao trimestre
imediatamente anterior, a força de trabalho potencial subiu 7,2%. No segundo
trimestre em relação ao primeiro, o IBGE constatou uma queda de 0,9%. Quando
comparado ao mesmo período de 2017, a alta é ainda maior, de 23,3% -- quase o
dobro da variação anterior.
Outro grupo de trabalhadores
que pressionou a subutilização é o de subocupados por insuficiência de horas
trabalhadas. São profissionais que estão ocupados, mas que gostariam de
trabalhar por mais horas do que atuam. No terceiro trimestre do ano, eram 6,3
milhões de pessoas nessas condições, o que representou um aumento de 7,7% em
relação ao segundo trimestre -- a segunda alta consecutiva. Frente ao mesmo
período do ano passado, a alta foi ainda maior, de 30,8%.
A subutilização só não subiu
mais devido a redução do desemprego. No terceiro trimestre, cerca de 13 milhões
de trabalhadores estão desempregados. Por mais que seja um número alto, esse
quantitativo de pessoas recuou 3,9% em relação ao segundo tri. Na comparação
com o mesmo período do ano anterior, subiu 7,8%, mas mantém uma trajetória de
desaceleração nessa base comparativa. Fonte: Diario de Pernambuco