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Plataforma criada em PE para dar lar a público LGBT expulso de casa passa a funcionar em todo o Brasil

Iniciativa 'Mona Migs' surgiu em 2016, desenvolvida por estudantes da UFPE. Depois de a versão para a web ir ao ar, grupo busca captar recursos para a criação de um aplicativo do projeto.


Depois de um ano funcionando em versão de testes, a iniciativa Mona Migs, lançada durante uma competição de startups em 2016 por oito estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ganhou reforços tecnológicos para unir o público LGBT a acolhedores em todos os estados do país. A plataforma passou a funcionar oficialmente para todo o Brasil nesta semana, para a esperança de quem está em busca de um lar após situações de tensão familiar devido à orientação sexual.

Segundo uma das criadoras da iniciativa, Bárbara Lapa, o processo era inicialmente feito de maneira manual, ou seja, os próprios desenvolvedores criavam a conexão entre o público disposto a acolher e os usuários do sistema que precisavam de um lar após serem expulsos de casa. "Depois, ainda durante a versão de testes, abrimos o sistema automático para três estados do Nordeste", explica.

Em seguida, a iniciativa foi expandida para outros três estados. "Quando conseguimos corrigir os erros que estavam impedindo o sistema, abrimos para todo o país”, explica.


O grupo de criadores disponibilizou a versão do Mona Migs nas versões de site e web app e, atualmente, busca colaboração financeira para criar um aplicativo que facilite a busca e o encontro de lares.

Um dos acolhedores que abriram as portas de casa para receber pessoas discriminadas no próprio meio familiar devido à orientação sexual foi o estudante de design Luiz Melo, morador da Zona Norte do Recife. Vivendo num apartamento junto com a namorada, Larissa Rocha, e mais duas pessoas, ele encontrou no site uma facilidade para exercer a solidariedade já praticada em outros momentos.

“Quando eu morava em Caruaru, no Agreste, acolhi um amigo meu que foi expulso de casa. Essa é uma questão que é muito importante hoje em dia, porque já tive pessoas próximas que passaram por essa situação”, explica.

Apesar de ainda não ter acolhido ninguém através do aplicativo, ele busca, através da plataforma, acolher quem precisa de apoio. “É mais uma plataforma para ajudar a fazer o bem", afirma.


Como funciona
Para se inscrever como acolhido, basta entrar no site da iniciativa e clicar na opção "Preciso de Ajuda", informando seus dados.

Para quem quer se tornar um acolhedor, é preciso escolher "Quero Ajudar" e informar os dados solicitados. Há a possibilidade de escolher por quanto tempo disponibilizará um espaço para o acolhido, assim como também poderá deixar o cadastro inativo nos períodos em que não poderá acolher. De acordo com a localização dos usuários, o site promoverá um "match" entre acolhedor e acolhido, e eles poderão conversar através do chat.
Fonte: G1