O Náutico segue a sua cartilha com o técnico Roberto
Fernandes nesta Série B. Na quinta partida fora de casa com o treinador, a
quinta derrota. O carrasco da vez foi o Goiás, que com um gol em cada etapa,
venceu os alvirrubros por 2 a 0, no Serra Dourada. Assim, a situação do Timbu
fica mais desesperadora a cada rodada que passa. Com apenas 23 pontos, o clube
pernambucano pode terminar a 28ª rodada a 10 pontos do primeiro time fora da
zona de rebaixamento.
Restando dez rodadas para o término da competição, a
matemática do Náutico agora aponta para a necessidade de sete vitórias. Um aproveitamento
de 70%. É preciso muito otimismo para seguir acreditando em um milagre. Até
porque o futebol do time não ajuda. O próximo desafio é no próximo sábado,
contra o Guarani, no Lacerdão, em Caruaru.
O jogo
Sabendo que o Goiás vinha para cima, com o técnico Hélio
dos Anjos abrindo mão do esquema com três zagueiros e colocando em campo três
atacantes, o Náutico, dentro da sua proposta de jogo, não fez um primeiro tempo
ruim. Porém, a atuação foi insuficiente para ir para o vestiário no intervalo,
ao menos com um empate. E um fator básico explica isso. No futebol, além da
parte tática, há também o fator da qualidade técnica. E nisso, o Goiás teve um
ponto de desequilíbrio: o atacante Carlos Eduardo.
Dentro do plano tático do técnico Roberto Fernandes, a
proposta era clara. Se fechar e buscar os contra-ataques apostando na
velocidade dos homens de frente, com a dupla de ataque formada pelos rápidos
Dico e Gilmar. Porém, poucas foram as vezes em que os alvirrubros conseguiram
encaixar um contragolpe. Mesmo com os donos da casa dando espaço para isso.
Faltava ao timbu, uma melhor qualidade no acerto dos passes.
Tanto que as duas melhores chances do time pernambucano
saíram em chutes de fora da área, com os meias Rafinha e Giovanni. O que, de
certo ponto, já era um alento. Já que atuando como visitante, o Náutico mal
vinha finalizando em gol nas últimas partidas.
Do outro lado, apesar da maior posse de bola, o Goiás
encontrava dificuldade de entrar na defesa timbu. Em uma das poucas vezes que
conseguiram, Jeferson fez boa defesa em cabeçada do meia Elyeser. A
válvula de escape esmeraldina, porém, era o habilidoso Carlos Eduardo. E após
um lançamento que saiu do campo de defesa, o atacante dominou, deu dois dribles
em Manoel, e chutou cruzado, sem defesa para Jeferson. Golaço.
Segundo tempo
Logo no primeiro minuto do segundo tempo, Roberto
Fernandes foi obrigado a fazer uma mudança. Com William substituindo Gilmar,
que deixou com problemas no joelho. Desta forma, o time perdeu mobilidade na
frente, com o centroavante nitidamente fora de forma. Um problema para um time
que seguia com a proposta de apostar nos contra-ataques.
A principal dúvida, no entanto, era saber qual
seria o poder de reação da equipe, que perdeu todos os jogos fora de casa com o
treinador, sem marcar um gol sequer. Porém, ao contrário das ocasiões
anteriores, o jogo não “acabou” para o Náutico com a desvantagem no placar, com
o time mantendo o confronto equilibrado e ocupando a defesa adversária.
Entretanto, mais uma vez, não adianta apenas estar bem
arrumado em campo. Sem um mínimo de qualidade técnica, tudo fica mais difícil.
Ainda mais correr contra uma desvantagem, com erros de passes e finalizações.
Muitos deles bobos. Dessa forma, apesar da luta, dificilmente o destino do
Náutico não será o que parece traçado desde o início da competição: o
rebaixamento. Aos 32 minutos, só para constar, Tiago Luis fechou o
placar, após falha de Jefferson que deu rebote após chute de fora da área de Elyser.
Fonte: Diário de Pernambuco