Acusado de agressão e ameaça de morte pela ex-namorada, o
atacante Juninho, do Sport, prestou depoimento na Delegacia de Polícia de
Defesa da Mulher, em Santo Amaro, zona central do Recife, na manhã desta
segunda-feira. Após explicar a sua versão dos fatos, o jogador foi autuado por
ameaça, lesão corporal e injúria e teve uma fiança de R$ 10 mil arbitrada. Após
o pagamento, o atleta será liberado para responder o caso em liberdade. As
informações são do advogado do atacante, Ernesto Cavalcanti.
A polícia teve acesso a áudios do jogador e também fez
buscas no prédio em que vive, no bairro de Boa Viagem, na zona sul do Recife. A
intenção é encontrar imagens do circuito de segurança que possam comprovar as
queixas da ex-namorada de 20 anos.
A vítima acusa Juninho de ameaçá-la até com uma faca.
Ainda segundo ela, o desentendimento já tinha acontecido antes do fim do
relacionamento, há 20 dias. No último domingo, chegou ao limite. O Sport ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
O que diz a vítima
"Há 20 dias teve uma agressão quando chamei a
polícia para ir no prédio, porém a pedido da família dele, de empresário, eu
deixei a polícia ir embora e só fiz um boletim de ocorrência. Mas, depois,
começaram perturbações de madrugada, de que eu tinha que ficar com ele, que ele
não iria perdoar esse negócio de polícia, porque ele pode perder a carreira por
causa disso. Ele me disse que, se eu tivesse deixado ele ir no camburão, me
esquartejaria", afirmou a jovem de 20 anos, em entrevista na frente da
delegacia após prestar depoimento.
Em seguida, a vítima tomou novas medidas para evitar
problemas com o jogador do Sport."Depois, pedi uma medida protetiva além
do boletim de ocorrência e ontem (domingo) nos encontramos numa mesma festa.
Ele, depois de bêbado, me chamou para conversar. Eu realmente fiquei querendo
saber o que era e me deu curiosidade. Pedi para meus amigos ficarem de olho
enquanto eu ia falar com ele. Aí ele me propôs a gente conversar no apartamento
dele, onde a gente morava antes. Eu disse que sozinha não iria, aí ele me disse
que, por segurança, levaria um amigo. Quando saímos do táxi, eu disse que não
iria dormir com ele, só iria conversar. Foi quando ele me deu o primeiro tapa
no rosto. Estou pedindo as imagens da câmera porque a câmera filmou isso",
detalhou.
Mesmo alegando a agressão, a jovem decidiu ir para o
apartamento de Juninho, onde aconteceram novas atitudes violentas segundo a
mesma. "Chegando lá, não existiu conversa não existiu nada. Ele
simplesmente entrou no quarto e disse que estava com outra mulher e que eu iria
ter que ficar na casa dele presa, amordaçada dentro de um quarto, e ele iria
levar essa mulher para lá para ter relações e fazer tudo. E eu tinha que ficar
dentro da casa dele presa sem ter whatsapp nem nada porque, quando eu saísse da
casa, ele sabia que eu iria dizer à polícia dele ter me agredido e de tudo que
aconteceu", detalhou.
Na sequência, o caso teria chegado ao extremo com a
ameaça de morte. "Eu tentei acalmar ele, tentei enganar, minha mãe foi até
o prédio, ele atendeu o telefone e mandou dizer a minha mãe que estava tudo
bem. Ela pediu para eu descer, mas ele dizia que não precisava que estava tudo
bem, ela pedia para subir e eu também dizia que não precisava porque ele estava
do meu lado. Nessa madrugada, no final das contas, quando tentei ir embora ele
pegou uma faca e saiu correndo atrás de mim, dizendo que iria me matar porque
sabia que eu iria embora e dizer que ele me ameaçou muito.
A vítima também alega que testemunhas presenciaram o
caso. "Cheguei a pedir socorro e uma vizinha chegou a ver foi quando eu
desci e a polícia chegou. O motorista dele já estava chegando ao local entrando
por trás para poder livrar ele do flagrante, mas a polícia conseguiu deter e
estão investigando ameaças do whatsapp e áudio", declarou. Fonte: Diário de Pernambuco