Fazer alongamentos periodicamente, por um tempo prolongado, leva eventualmente a um aumento na flexibilidade. Mas você sabe por que isso acontece? Embora o pensamento mais óbvio seja imaginar que o músculo fica mais elástico, na verdade, o que aparentemente muda com o alongamento é o cérebro, segundo uma pesquisa científica recentemente publicada no "Scandinavian Journal of Medicine and Science in Sports".
Existem
duas hipóteses sobre os efeitos do alongamento sobre as articulações. A
primeira diz que seu efeito se dá nos músculos e tendões, deixando-se mais
flexíveis. Já na segunda, o alongamento teria ação sobre o sistema nervoso
central, aumentado apenas a tolerância ao estímulo de “esticar”, não havendo
alteração estrutural nos músculos e tendões.
A
pesquisa mencionada revisou 26 artigos científicos sobre o tema, onde os
participantes realizaram alongamento por 3 a 8 semanas. Os resultados mostraram
que não houve mudança na estrutura muscular para deixá-la mais flexível e que,
portanto, o efeito seria neural. Tal fato não é surpresa, já que no
fortalecimento dos músculos ocorre algo semelhante: nos primeiros treinos o
efeito é inicialmente neuronal, havendo aumento dos impulsos nervosos que
chegam à musculatura. Apenas após alguns dias a ação começa a ocorrer de fato
na fibra muscular.
Essa
revisão de literatura científica não é capaz de responder se após oito semanas
começam a acontecer adaptações também na estrutura do músculo após o
alongamento. Porém, esses resultados confirmam outras pesquisas que apontam que
a prática do alongamento tem efeitos mais relevantes no cérebro e na maneira
como ele controla o movimento, do que na fibra muscular propriamente dita.Fonte: Globo Esporte.com