A Independência
do Brasil é celebrada em todo dia 07 de setembro. Essa
comemoração acontece desde a época do Primeiro Império, que, a cada ano,
rememorava a ocasião em que o país se tornou independente de Portugal no ano de
1822. O processo de independência do Brasil teve como principais atores
históricos, além do príncipe regente D. Pedro (que se tornou o imperador D.
Pedro I), alguns representantes da elite interessada na ruptura entre Brasil e
Portugal. Entre esses representantes, encontrava-se aquele que também se tornou
um dos maiores articuladores do Império, José Bonifácio de Andrada e Silva.
De certa forma, a possibilidade de um “Brasil
independente” remonta à época da vinda da família real para o Brasil em
1808, acontecimento que inaugurou em nosso país o chamado Período Joanino. D.
João VI veio com sua corte para o Brasil por ter se recusado a ser conivente
com a política do Bloqueio Continental, imposta por NapoleãoBonaparte contra
o Reino Unido. Como Portugal possuía importantes acordos econômicos com os
ingleses, D. João VI achou por bem desobedecer às ordens do imperador francês e
abandonar a Península Ibérica, sendo escoltado por navios ingleses até a costa
brasileira.
Nessa época, o Brasil foi alçado à condição de Reino Unido, junto
a Portugal e Algarves, deixando assim a condição de ser colônia. Muitas das
ações empreendidas por D. João VI no Brasil durante o período em que aqui
esteve (1808-1821) colaboraram para que o país ganhasse uma relevância que
ainda não possuía. Essa relevância tinha dimensões econômicas, políticas e
culturais. Entretanto, nos anos que seguiram após o fim da Era
Napoleônica (1799-1815), Portugal passou por intensas turbulências
políticas. Essa situação exigiu a volta do rei D. João VI com sua corte em
1821.
O rei português deixou no Brasil como seu representante
D. Pedro, seu filho, que recebeu o título de príncipe regente. Durante
o ano de 1821 e até os primeiros dias do mês de setembro de 1822, as
turbulências políticas de Portugal fizeram-se refletir também no Brasil. As
assembleias que ocorriam em Lisboa (que contavam também com representantes
brasileiros) ganhavam pautas que defendiam o retorno de Portugal como o centro
político do referido Reino Unido e, por consequência, a submissão do Brasil à
sua posição.
Ao mesmo tempo, em terras brasileiras, o príncipe
regente, orientado por representantes das elites políticas locais, promovia uma
série de reformas que desagradavam as elites lusitanas. As ações de de D. Pedro
mobilizaram a corte portuguesa a pedir a sua volta imediata para Portugal no
início de 1822. D. Pedro recusou-se a abandonar o Brasil e, em 09 de
janeiro, optou pela sua permanência no país. Esse dia ficou conhecido
como Dia do Fico.
As indisposições entre Portugal e Brasil continuaram ao
longo do primeiro semestre de 1822. Esse período de intensas discussões e
propostas direcionadas à efetivação da independência foi exaustivamente
estudado por muitos historiadores, tanto portugueses quanto brasileiros. No
Brasil, destacam-se os nomes de Oliveira Lima e Nelson Werneck Sodré. No
mês de setembro, as cortes portuguesas deram um ultimato para D. Pedro voltar
para Portugal, sob ameaça de ataque militar. O príncipe que estava em viagem ao
estado de São Paulo recebeu a notícia e, antecipando uma decisão que já estava
quase nas “vias de fato”, declarou o país independente às marges do rio
Ipiranga, no dia 07. Esse gesto implicaria a futura organização do país
enquanto nação e enquanto império, um projeto que não era fácil de ser
conduzido, como acentua o historiador Boris Fausto. Fonte: Brasil Escola