Ontem fui à padaria, e lá,
na fila do balcão, uma jovem senhora disse-me que acompanhava meus textos, meus
vídeos e me fez a seguinte pergunta:
- “Por que o senhor não se
candidata a prefeito nas próximas eleições?” Surpreso, sem tempo de digerir a
pergunta respondi:
- Porque o povo não votaria
em mim. E ela insistiu:
- “Por que não?” ...A mulher
do balcão a chamou, ela escolheu seu pão e se foi sem ouvir minha resposta. Mas
eu preciso responder, e já que ela acompanha meus textos, direi por aqui.
- Sabe porque as pessoas não
votariam em mim ou eu teria pouquíssimos votos, “dona Maria?”:
Porque me manteria fiel ao
povo; não faria acordos, conchavos, trocas políticas com finalidade diversa do
interesse público; buscaria o diálogo com os representantes das comunidades,
mesmo que fosse da oposição, - o que vale é o bem comum; elaboraria um plano de
governo ouvindo o povo, suas necessidades, dificuldades; buscaria capacidade
administrativa e honestidade nos contratados independentemente de partido;
lançaria os nomes dos pretensos secretários com antecedência para que o povo
pudesse avaliar cada nome, sua capacidade, competência, idoneidade e
honestidade, os maus avaliados estariam fora; tiraria o poder de ordenar
despesas dos secretários; participaria da comissão de licitação e seria membro
do setor de compras; quereria uma chave do almoxarifado e da garagem da
prefeitura; negociaria diretamente com fornecedores de produtos e serviços;
nomearia um administrador, escolhido pela comunidade, para cada bairro da
cidade para que a prefeitura pudesse estar sempre presente; prestaria contas
uma vez por mês das receitas e despesas da prefeitura; contrataria somente
profissionais da cidade para prestar serviço à população; estudaria o que são
interesses particulares, familiares e públicos para saber separá-los; saia no
“tapa” mas não deixava levar nossa água; corrigiria meus erros.
Não faria o jardim cultural,
não é nossa cultura, somos da redenção; resgataria nossas bandas de música;
ouviria os artistas local, os artesãos; continuaria indo na padaria, na mulher
da tapioca, no pastel, na câmara de vereadores, na faculdade, onde o povo está.
É por isso “dona Maria,” que
eu não seria eleito, ou, quase não teria votos, porque, em outras palavras, eu
faria o que tem que ser feito.
Texto: Dr. Evandro Mauro