Um número cada vez maior de judeus brasileiros decide fazer a imigração para Israel. Entre os motivos estão as crises financeira e política, bem como o aumento da criminalidade das grandes cidades do Brasil.
Nos primeiros quatro meses deste ano, cerca de 300
brasileiros foram registrados pelo governo em Israel. Trata-se de um aumento de
40% em comparação com o mesmo período de 2016.
Estima-se que até o final do ano, serão cerca de 1.000
brasileiros. Trata-se do maior número desde a criação do Israel moderno, em
1948.
O cenário é um pouco diferente de 2016, que estabeleceu o
recorde anterior, com 760 imigrantes registrados. Na verdade, a média anual de
judeus brasileiros “voltando para casa” era de cerca de 150, até sete anos
atrás.
O ritmo só aumenta nos últimos anos, a exemplo do
que acontece em vários países como França e Ucrânia.
Atualmente, o Brasil ocupa o quinto lugar entre 85 países
em número de imigrantes que fazem a aliá, termo hebraico que significa subida,
procedimento que tem apoio do governo de Israel e garante a cidadania imediata.
As maiores populações judaicas ainda saem de países como Rússia (7 mil
imigrantes), Ucrânia (6 mil), França (4.700) e Estados Unidos (3 mil).
Os imigrantes, recebem apoio do governo israelense,
incluindo aulas de hebraico, ajuda financeira, descontos na compra de carros e
imóveis e um tipo de seguro desemprego.
A decisão é muito mais que a busca por uma “vida melhor”.
Revital Poleg, representante da Agência Judaica no Brasil, explicou
anteriormente que, entre os principais fatores estão a questão religiosa e o
desejo de oferecer uma vida mais tranquila para suas famílias.
“Acho que muitos tinham essa ideia e a situação econômica
apenas os empurrou a tomar essa decisão”, acredita Poleg. Contudo, muitos
compreendem que existe uma motivação espiritual para que os judeus voltem para
sua terra, relatadas nas profecias de Isaías (11:11-12) e Ezequiel (11:17)
Apesar da fama de Israel como país que enfrenta guerras e
terrorismo, a violência urbana é mínima. Assaltos, roubos, sequestros ou casos
de bala perdida são raros.
O número cada vez maior de brasileiros no país estimulou
a criação da OlimMe Brasil, uma ONG de judeus brasileiros que já moram em
Israel há alguns anos e que visa ajudar os recém-chegados na adaptação ao novo
país.
A previsão da ONG é que o número de brasileiros fazendo a
aliá cresça ainda mais nos próximos anos. No Brasil existem cerca de 120 mil
judeus, a segunda maior comunidade da América Latina, logo atrás da Argentina. Com
informações de RFI Fonte: Gospel Prime