Houve
um tempo em que Belo Jardim podia contar com pelo menos 4 deputados. José
Mendonça, Cintra Galvão, Mendoncinha e João Mendonça. Hoje, nenhum.
Há
pelo menos 15 anos somos apenas curral eleitoral de forasteiros. Nossos votos
são leiloados no Recife num processo onde quem der mais nos leva. Independente,
claro, de partido ou de propostas para a cidade; aliás, dentre as coisas que
não importam, essa é a que menos importa. Nesse processo de compra e venda,
eles, os vendedores, têm certeza que o eleitorado daqui simplesmente os
receberão de portas e dentes abertos e lhes confiarão seus votos de novo.
Nesses
contratos esdrúxulos, há pelo menos duas consequências graves. Primeira;
praticamente ninguém em Belo Jardim sabe o nome do deputado estadual ou federal
que o representa, - eu mesmo não sei. Segunda; se nós que confiamos nosso voto
não lembramos, eles que compraram muito menos. E como eles não lembram de nós,
somos consequentemente ignorados.
Não
há exceções, todos os grupos nos venderam. E voto comprado não gera
responsabilidade política, não há nenhum compromisso com o vendedor. Hoje somos
uma terra de “ninguéns”, pelo menos até setembro de 2018, quando eles chegarão.
Somos
uma cidade com cerca de 50 mil votos válidos, e não temos um representante. Um
nome da terra, que more no Bom Conselho, Santo Antônio, São Pedro, COHABs,
Centro. Que saiba de nossas necessidades, prioridades. Que conheça nosso povo e
suas peculiaridades. Que seja visto e nos veja, que fale e nos escute, e,
principalmente, que grite por nós em Recife, que peça policiamento, saúde,
educação, investimentos.
Precisamos,
nós de Belo Jardim, resgatar nossa dignidade, nossa representatividade como
cidade, como povo. Precisamos que um belojardinense seja por Belo Jardim.
Repudiaremos veementemente quem vier de fora, ou, quem nos venda.
Há
15 anos estamos carentes. Há vagas para deputado em Belo Jardim.
Dr. Evandro Mauro.