A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira duas fases da Operação Lava Jato – 43ª e 44ª – e cumpre mandados em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Santos. Um dos pedidos de prisão temporária expedidos pelo juiz federal Sergio Moro tem como alvo o ex-deputado federal Cândido Vaccarezza, que foi líder na Câmara dos governos dos ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
As operações foram denominadas Sem Fronteiras e Abate.
Agentes cumpriram 46 ordens judiciais – seis prisões temporárias, 29 buscas e
apreensões e onze conduções coercitivas. Os presos serão transferidos para a
Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
A Sem Fronteiras (43ª fase) investiga a relação suspeita
entre executivos da Petrobras e um grupo de armadores estrangeiros para
obtenção de informações privilegiadas e favorecimentos em contratos milionários
com empresas.
Já na Abate, a 44ª fase, responsável pela prisão de
Vaccarezza, as investigações estão relacionadas a crimes de corrupção, desvio
de verbas públicas e lavagem de ativos na contratação de grandes empresas pela
Petrobras.
Sem identificar os alvos, a PF disse que a ação tem o
objetivo de desarticular um grupo criminoso apadrinhado por um ex-deputado
federal, cuja influência era usada para a obtenção de contratos da Petrobras
com uma empresa estrangeira.
R$ 500 mil em propinas
Vaccarezza foi preso em São Paulo. Segundo o Ministério
Público Federal (MPF), o ex-deputado recebeu cerca de 500 mil dólares em
propinas para intermediar a contratação pela Petrobras da empresa
norte-americana Sargeant Marine, que fazia o fornecimento de asfalto.
Os procuradores dizem que influência de Vaccarezza, em
decorrência de seu cargo, culminou na celebração de doze contratos, entre 2010
e 2013, da estatal com a Sargeant Marine, no valor de aproximadamente 180
milhões de dólares. “As evidências indicam ainda que sua atuação ocorreu no
contexto do esquema político-partidário que drenou a Petrobras, agindo em nome
do Partido dos Trabalhadores (PT)”, disse o MPF em comunicado.
Vaccareza deixou de exercer a função legislativa ao não
conseguir se reeleger em 2014. O político virou um crítico do PT depois que se
desfiliou do partido, em 2016. Ele presidiu o diretório paulista do PTdoB e
vinha declarando apoio ao presidente Michel Temer (PMDB) em entrevistas. Fonte: MSN Brasil