Martha Uchoa: "Consigo levar os itens mesmo sem promoção". Foto: Andressa Paulino/Esp CB |
O preço do arroz e do feijão diminuiu, e o consumidor
comemora o alívio no bolso. Os itens, que já tiveram o triplo do valor
anunciado hoje nas prateleiras, eram os grandes vilões das compras de casa. O
arroz, que chegou a custar até R$ 21, nesta semana pode ser comprado por R$
6,99. Já o feijão era vendido, há um mês, por valor entre R$ 3,99 e R$ 8,99,
mas agora está a R$ 3,25.
Para a auxiliar de serviços gerais Martha Uchoa, 49 anos,
a economia, agora, não é sentida apenas nos produtos em promoção. “Antes, eu
comprava o arroz e o feijão só quando estavam com descontos. Hoje, consigo
levar os itens por um preço acessível mesmo sem promoção. O arroz que costumo
comprar, por exemplo, está R$ 6 mais barato”, contou.
E a esperança é que as quedas continuem. “Se os preços
baixarem, vai ser muito bom para nós, clientes, mas me contento se, pelo menos,
continuarem nessa faixa”, disse José Alves, 53. Para o autônomo, em tempos de
crise financeira, é preciso buscar outras saídas. “Mesmo esses produtos tendo
papel essencial na cesta básica do brasileiro, tive de diminuir a quantidade
que comprava. Agora, estou começando a voltar ao consumo habitual”, destacou.
De acordo com o economista-chefe da consultoria econômica
da MacroAgro, Carlos Thadeu Filho, fatores climáticos auxiliaram a redução dos
preços. “Este ano foi muito favorável para as plantações de arroz e feijão. A
meteorologia estável, com chuvas regulares, ajudou a termos padrões melhores
para as colheitas. Foi um período positivo para o plantio desses grãos.”
A queda nos valores dos produtos já é reflexo da melhora
na economia, que mostra a inflação mais estabilizada e o índice de vendas de
varejo com uma leve alta. Mesmo com a melhora em ritmo lento, os consumidores
já estão se sentindo mais seguros ao irem ao supermercado.
Insetos em café e farinha
Análises feitas no café da marca Melitta e na farinha de
trigo da empresa J.Macêdo, mais conhecida por fabricar produtos da linha Sol,
apontaram fragmentos de roedores acima do normal determinado pela Anvisa. A
primeira fase de testes de segurança alimentar, realizada pela Associação
Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), mostrou também que foi
identificado até inseto morto nas amostras. A Melitta anunciou que desconhece a
forma utilizada para as análises dos produtos e afirmou que realiza
procedimentos periódicos para identificar irregularidades. A J.Macêdo, por sua
vez, alegou que existem laudos de laboratórios credenciados pela Anvisa que
atestam a conformidade dos produtos da empresa e que não existem itens com
fragmentos de insetos acima do previsto pela agência sanitária.
Fonte: Diário de Pernambuco