. Precisava
ser humilhante, e foi.
Nem sempre a vitória traz o gosto saboroso do triunfo. Por
vezes, é na derrota do outro que se alcança o êxtase sublime do conquista.
Ontem, as milhares de pessoas que festejaram a vitória de
Hélio na Siqueira Campos, e em todas as ruas da cidade, tinham na garganta um
único grito: - fora João Mendonça. A vitória de Hélio dos Terrenos não
significou uma vitória sem si mesma, foi, na verdade, a arrasadora e humilhante
derrota de Luiz que trouxe a euforia a todos os adversários de João Mendonça.
Mesmo quem não votou em Hélio, por questões ideológicas, se sentiu vingado. A
maioria bradavam nas redes sociais e nas calçadas; há 16 anos esperávamos por
esse momento, cada um tomou a vitória de Hélio como sua, particular, pessoal,
íntima. Cada qual tinha seu motivo, e eram os mais diversos, porém todos
peculiar a João: disponibilidade, perseguição, traição, demissões, humilhações.
Uma mulher “pichava” sua página no face: - “estava grávida de 5 meses quando
João me colocou em disponibilidade, recebia 10 reais por mês e meu marido
desempregado, hoje me viguei de você”.
João sabia que ia perder, - ninguém faz tanto mal a uma
cidade, a um povo e fica impune para sempre, ele sabia disso-, o que ele não
sabia é que esse mesmo povo tinha aprendido a lição e que havia decidido lhe
humilhar nas urnas. Às vezes a política sai da política e se torna pessoal,
questão de honra, e se espera o tempo que for preciso para dá o troco.
Os pais e mães de família colocados em disponibilidade,
demitidos, transferidos. Os humilhados na prefeitura por tantos perseguidores
ao longo de 16 anos. Os familiares dos que morreram por falta de atendimento no
hospital, fechado por descaso. Os pais de alunos que comeram comida roída por
ratos, dos alunos sem transporte escolar adequado, sem diário de classe, sem
água nas escolas. Os contratados que passavam três meses sem receber, a mulher
que estava grávida de 5 meses quando foi posta em disponibilidade. Todos eles
queriam que fosse humilhante, e foi.
Fonte: Dr. Evandro Mauro.