O ex-presidente
da CBF Ricardo Teixeira está sendo procurado pelas autoridades da Espanha e dos
Estados Unidos. Na Europa, é acusado de lavagem de dinheiro de comissões
ilícitas para venda de amistosos da seleção brasileira, fazendo parte de uma
"organização criminosa" ao lado do ex-presidente do Barcelona, Sandro
Rosell, que está preso há quase dois meses. Nos EUA, Teixeira está indiciado no
"caso Fifa", que levou à detenção de diversos dirigentes, incluindo o
seu sucessor na CBF, José Maria Marin.
O
advogado de Teixeira, Michel Asseff Filho, contudo, diz que até o momento não
houve qualquer intimação formal ao ex-dirigente, o que impossibilita que seja
feita uma defesa. Sobre a cooperação entre as autoridades espanholas e a
Procuradoria Geral da República, ele afirmou:
A situação continua a mesma. O Ricardo não foi informado de qualquer decisão.
Soube pela imprensa que a PGR já estaria conversando com a Justiça espanhola.
Precisa haver uma intimação formal para que possa ser feita a defesa.
Questionado
sobre as alegações de Teixeira, de que os crimes do qual é acusado no exterior
não são crimes no Brasil, Asseff Filho explicou:
É aquilo, eu não tenho como afirmar isso porque não sei qual é a acusação
formalmente. Dessa forma, não tem como dizer se o que está sendo apurado lá
poderia ser crime tanto lá como aqui. Na realidade, de fato, não há qualquer
mudança. Assim que for intimado formalmente, aí sim, a gente vai apresentar uma
defesa.
Asseff
Filho explicou também que, ainda que hipoteticamente sejam confirmados crimes e
exista uma determinação da Justiça espanhola para a prisão de Teixeira, há
requisitos formais a serem cumpridos antes que qualquer ação seja tomada. Disse
que, pelas informações que possui hoje, não seria possível a prisão do
dirigente no Brasil.
Hipoteticamente, no momento não é possível. Não pelo que estou lendo na
imprensa. Se na investigação espanhola, hipoteticamente, existe uma
determinação da Justiça, para que ela tenha efeito no Brasil há necessidade de
se obedecer requisitos formais. Uma carta rogatória, por exemplo. Para uma
decretação de prisão antes de mais nada tem de averiguar se os fatos apurados
são crimes ou não são. Por isso é muito difícil falar sobre um caso sem
conhecer realmente qual a acusação formal, até porque como já comentei a
denúncia parte de uma premissa equivocada de que a CBF é alimentada com
dinheiro público.Fonte: Globo Esporte.com