É preciso acreditar em
alguma coisa
Perder é sempre doloroso. A derrota traz consigo a sensação
de inferioridade e incompetência. Perder nunca é fácil, e menos fácil é aceitar
passivamente uma grande derrota.
A derrota de Luiz (leia-se João) foi profunda e devastadora
demais. Foi o fim de um ciclo, rompeu-se uma cadeia de mal feitos em benefício
próprio. Devastou sonhos de poder e glória, desvendou o véu das mentiras
contadas. Perder é sempre doloroso, e perder da maneira que perderam foi pior
ainda. E pior que perder da maneira que perderam é perder a esperança. Porque o
maior infortúnio é sofrer a privação da esperança e prosseguir na luta. E foi
isso que João Mendonça percebeu em seus devotos. Percebeu que a derrota não somente
os devastou, mas também roubou-lhes a esperança, tirou-lhes a coragem de
prosseguir lutando ao seu lado. E isso ele não pode admitir.
Então, imediatamente usou de um sofismo (o sofismo é a
retórica ou o pensamento de má-fé que procura induzir ao erro; é um argumento
falacioso criado com a intenção de enganar) ao divulgar a existência de um
sobrestamento em seu processo, e que isso poderia levar a anulação da eleição
de 02 de julho.
Pronto, bastou usar essa retórica e “todos” caíram. O
objetivo foi alcançado. Trouxesse de volta a esperança aos seus devotos. A dor
da derrota passou, houve um grave erro no processo, disse ele, e, seu povo está
animado novamente, pronto para as novas batalhas ao seu lado. Esperançosos,
voltaram as redes sociais com a reconhecida empáfia; - a justiça será feita. E
de quebra conseguiu aterrorizar os eleitores de Hélio com a possibilidade de
novas eleições. Um ponto para João, o sofista. Só que tem gente que sabe ler
sofismas, João. Esse aqui não cola.
João fez que era preciso fazer, reacendeu em seu povo a
chama da esperança, deu-lhes motivo para acreditarem nele novamente. Enquanto
durar esse sentimento estarão justos, prontos e esperançosos, mesmo que seja
somente um sofisma, mas era preciso acreditar em alguma coisa.
Fonte: Dr. Evandro Mauro.