Após o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati
(PSDB), ter feito um aceno ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em
caso de eventual sucessão do presidente Michel Temer (PMDB), o prefeito de São
Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta sexta-feira, 7, que o líder nacional do
partido não pode tomar "decisões dessa natureza individualmente".
Doria pediu ainda "cuidado e atenção na tomada de decisões".
O
prefeito tucano defendeu que o PSDB precisa ouvir parlamentares, governadores e
prefeitos da legenda para tomar uma decisão compartilhada. A declaração foi dada
após evento no Templo de Salomão, com a presença também do governador Geraldo
Alckmin (PSDB), que não quis falar com a imprensa.
"Entendo
que o PSDB, para tomar uma medida, deve construir isso dentro de uma reunião.
Não creio que apenas o presidente, ainda que com todo respeito que devemos ao
senador Tasso Jereissati, possa tomar uma decisão dessa natureza
individualmente", afirmou Doria. "É uma decisão que deve reunir as
lideranças do partido e minimamente a Executiva nacional, e aí sim se tomar a
decisão."
O
prefeito desconversou quando questionado sobre sua posição pessoal, voltando a
reafirmar a necessidade de uma decisão coletiva. "Não cabe a mim essa
decisão. Essa é uma decisão da Executiva", disse.
Doria
reconheceu que a crise política cresceu e que a situação do governo Temer
"piorou nas últimas semanas". Segundo ele, "isso é de uma
evidência muito clara". Conforme o Estado informou nesta quinta-feira,
Tasso reclamou que "não dá para viver cada semana uma nova crise" e
que "está na hora de buscar alguma estabilidade" para o Brasil.
Embora
tenha dito que ainda é "precipitado" falar em nomes para uma
"transição", Tasso afirmou que o candidato "tem que ser alguém
que dê governabilidade" para o País até a eleição de 2018. "Isso não
é algo difícil de se encontrar", minimizou. "Na travessia, se vier,
têm várias opções. Se vier um afastamento pela Câmara, ele (Maia) é presidente
por seis meses. Se Temer renunciasse já seria diferente, mas, se passar a
licença para a denúncia, aí ele (Maia) é presidente por seis meses e tem
condições de fazer, até pelo cargo que possui na Câmara, de juntar os partidos
ao redor com um mínimo de estabilidade para o País", declarou o tucano.
Ele diz que está sempre aberto para tratar de uma "saída negociada"
com Temer. Fonte: Magno Martins