Ator afirmou que Plínio
Pacheco, fundador de Nova Jerusalém, foi um visionário ao construir a
cidade-teatro. Ele ainda destacou que ficou impressionado com a quantidade de
espectadores.
O ator Raphael Vianna está
em Fazenda Nova, distrito de Brejo da Madre de Deus, participando pela primeira
vez da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém. Na temporada 2017, ele interpreta o
rei Herodes.
Ao G1, ele revelou ser uma
pessoa espiritualizada e contou quando começou a se preparar para atuar no
maior teatro ao ar livre do mundo.
Como foi o convite para
interpretar Herodes na Paixão de Cristo?
Eu recebi esse convite
quando estava terminando de fazer uma novela. E já era um namoro antigo meu com
o espetáculo da Paixão de Cristo. Eu já conhecia [a peça] há muitos anos. Em
2011 eu recebi o convite para fazer, mas naquela ocasião eu estava fazendo uma
novela e não daria para conciliar. Mas fiquei com o desejo, com a vontade de
participar. Depois disso, toda vez que passava alguma matéria sobre, eu parava
para ver, querendo saber como tinha sido, quem tinha feito... Tenho vários
amigos que já fizeram e todos sempre falaram muito bem do espetáculo, da magia
que era, da fé do público, dessa multidão que vem assistir. Então, que bom que
esse ano eu consegui fazer.
E como é dar vida ao rei
Herodes?
É ótimo! É um personagem de
muita dualidade, difícil e complexo. Comecei a trabalhar na construção dele em
novembro, em dezembro gravamos o comercial. Foi uma experiência bem bacana, me
ajudou muito no processo nas descobertas do personagem. E agora, nas
apresentações, tem sido ótimo. A cada dia a gente vem conquistando cada vez
mais, a cena fica cada vez mais redonda ainda. E tenho certeza que isso chega
para o público: nossa dedicação, nosso empenho de fazer o melhor.
E sobre a quantidade de
pessoas que assistem ao espetáculo?
Eu fiquei impressionado! Meu
maior público de teatro, até então, tinha sido de duas mil pessoas, que foi no
Festival de Teatro de Angra. A gente não tem tantos teatros que suporte um
público tão grande quanto esse. Nesse número, só aqui, no maior teatro a céu
aberto do mundo. Para mim, é uma honra estar aqui fazendo esse espetáculo. Eu
sempre frizo essa coisa do maior teatro a céu aberto do mundo. É no Brasil, é
em Pernambuco e é em Brejo da Madre de Deus. Estamos aqui. E 50 anos da Paixão
de Cristo! Isso é uma data bem simbólica. São 50 anos que Plínio veio pra cá e
começou a construir isso tudo. Um visionário, realmente. Um visionário e um
apaixonado. Porque só com muita paixão você consegue construir isso que ele
construiu aqui, com muita dedicação e empenho. Então, é um prazer, um orgulho
estar aqui.
Há alguma cena que te deixa
mais emocionado na Paixão?
Eu não consigo assistir
tudo. Quando o espetáculo começa, eu estou me arrumando. A única cena que eu
consigo ver é a da ressurreição, que é de arrepiar. É impressionante! Eu não
sabia, eu nunca tinha visto a cena. Quando a gente foi ensaiar o agradecimento
do espetáculo, a gente se posicionou em uma determinada área do cenário, que
era exatamente onde acontecia a ressurreição, só que eu não sabia. Então, eu
estava ali aguardando o momento e fui pego de surpresa. Quando começou a cena,
eu fiquei chorando muito. E todo dia é a mesma coisa. E a sensação é a mesma. A
qualidade artística e técnica desse espetáculo, realmente é impressionante. É
tudo muito certinho, acontece com primor. É uma grande produção.
E como é a tua ligação com a
fé?
Para o meu personagem, a
questão da fé não se aplica muito. Mas eu sou uma pessoa de muita fé, de muita
crença. Acho que a gente tem que ter fé. Se não tivermos, vamos nos agarrar ao
quê? Os tempos estão difíceis. Eu sou uma pessoa espiritualizada. Fonte:G1