O ministro das Cidades, Bruno
Araújo, é citado em delação premiada enviada pela Procuradoria-Geral da
República ao ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). De
acordo com o delator João Antônio Pacífico Ferreira, ex-executivo da Odebrecht,
quando era deputado federal por Pernambuco, Araújo teria recebido ‘ vários
repasses financeiros’, em 2010 e 2012. O montante, segundo o termo de
depoimento nº36, seria de R$ 600 mil e teria sido enviado como doação para
campanhas eleitorais.
Diante da citação, incluída
no inquérito 4.391, a assessoria de comunicação do Ministério das Cidades
afirmou, por meio de nota, que os áudios e os vídeos dos delatores mostram uma
dissociação em relação ao que ele foi imputado e os fatos relatados.
Na nota, a assessoria de
Araújo afirma que ele foi citado apenas em atividades inerentes à atuação
parlamentar, como a marcação de uma audiência ou em 'conversas' sobre temas que
beneficiavam o Nordeste do Brasil.
Segundo o ministro Bruno
Araújo, Cláudio Melo Filho foi claro ao afirmar que a relação dele com a
empresa era puramente institucional, sem qualquer contrapartida,
descaracterizando qualquer tipo de relação à corrupção.
Da mesma forma, João Antônio
Pacífico Ferreira informa que desconhece qualquer atuação parlamentar a favor
da empresa em questão. O delator também negou que tivesse ouvido falar de
alguma ajuda de Bruno Araújo para a Odebrecht.
A partir do teor da delação
premiada de Pacífico, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, requereu
a abertura de inquérito para investigar fatos relacionados ao ministro das
Cidades. Também houve citações nas delações premiadas dos ex-executivos do
grupo Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Cláudio Melo Filho e Luiz Eduardo da
Rocha Soares.
De acordo com a delação de
João Pacífico, a Odebrecht decidiu manter boa relação com o parlamentar. O
dinheiro teria sido repassado por meio do Setor de Operações Estruturadas do
Grupo Odebrecht. Seriam R$ 300 mil, em 2010, e R$ 300 mil, em 2012.
Bruno Araújo era
identificado como ‘Jujuba’ na planilha de pagamentos da Odebrecht, segundo o
delator. Ele não sabe informar se o ministro teria usado a influência para
beneficiar a empresa. João Pacífico também diz que conhece o político
pernambucano desde quando ele era jovem e que mantém relações com a família
dele. Fonte:G1
No depoimento, o delator
ainda afirma que a empresa fez uma aposta no potencial político de Araújo.
Pacífico informa também que apresentou o ministro a Cláudio Melo Filho.