O bombeiro Victor Oliveira e
o contador Roberto Pereira moram no Rio de Janeiro e são casados há três anos e
meio. O sonho dos dois era ter uma filha recém-nascida, mas o processo de
adoção encontrava dificuldades constantemente. Foi quando Valéria Oliveira, mãe
de Victor, se ofereceu para ser barriga de aluguel para o filho e o genro. E no
último mês de fevereiro de 2017, aos 52 anos, ela deu à luz as netas Alice e
Valentina.
Em entrevista ao jornal O
Globo, Valéria afirma que tomou a decisão por compartilhar do desejo do filho
de aumentar a família. Victor é filho único e, da mesma forma que ele desejava
se tornar pai, ela queria ter netos. Mas Roberto, num primeiro momento, foi
contra a ideia – ele temia que a gravidez pusesse em risco a vida da sogra. “A
possibilidade de realizar o nosso sonho, ter as crianças, e não tê-la não fazia
sentido”, afirmou.
Porém, todos os exames
clínicos apontaram que o organismo de Valéria estava apto a levar a gestação
adiante – apesar de já estar entrando na menopausa, seu útero se encontrava
jovem e saudável. O passo seguinte foi encontrar um óvulo de uma doadora
anônima, que foi fertilizado com os espermatozoides tanto de Victor quanto de
Roberto. Quinze dias depois de ter o embrião implantado em seu útero, Valéria
descobriu que estava grávida.
Ela conta que a gravidez foi
tranquila e que precisou apenas tomar alguns medicamentos nos primeiros meses
da gestação, para estimular o útero à se preparar para o processo. A gravidez
foi revelada ao restante da família apenas aos cinco meses, para evitar as
perguntas e a confusão que a situação poderia gerar. Mas Valéria sempre
esclarecia a todos que não havia nenhum material genético seu nas crianças. E
que em momento algum chegou a se sentir mãe: “Só avó, mesmo”, diz, com
simplicidade.
O parto foi feito por
cesárea, após 37 semanas. Alice nasceu com 2,450 kg e Valentina com 1,850 kg –
e por isso precisou ficar 15 dias na UTI, para ganhar peso. Como não estão
sendo amamentadas, são alimentadas com um suplemento hipercalórico. A única
dificuldade real, até o momento, aconteceu hora de registrá-las: a oficial do
cartório queria registrar as meninas com Valéria como mãe e com pai ignorado,
para que Victor e Roberto depois entrassem com o processo de adoção. Porém,
eles já estavam resguardados com relação a todos rígidos os procedimentos
legais envolvendo a “doação temporária de útero”; assim, quando procuraram a
Defensoria Pública, logo receberam um ofício que obrigava o cartório a fazer o
registro em nome dos dois. Fonte: Diario de Pernambuco
Agora, a família curte a tão
esperada chegada de suas novas integrantes. Victor está de licença paternidade
com efeitos de maternidade – ou seja, teve direito a seis meses afastado do
trabalho, enquanto Roberto pediu demissão para poder acompanhar o marido.
Valéria está morando temporariamente com eles, para ajudar no cuidado com as
netinhas. E todos muito felizes, como podemos conferir no perfil que o casal
criou no Instagram, com o intuito de tirar as dúvidas de outros casais que
optem pela fertilização in vitro.