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Jovens de Caruaru apostam em loja virtual de cuecas para pagar faculdade

Jovens apostam em loja virtual para ter próprio negócio (Foto: Cícero Ismael/Cortesia)
O primeiro passo foi desligar o chuveiro elétrico. Com isso, três jovens que dividem um apartamento em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, conseguiram uma economia de 65% na conta de energia. Além disso, venderam alguns móveis e objetos pessoais para levantar dinheiro e começar o próprio negócio.    

Carlos Plácido, de 27 anos e Beatriz Soares de 20, são estudantes de arquitetura e urbanismo, e Thiago Alves, de 25, trabalha em uma loja de um shopping da cidade. A vontade de empreender surgiu quando Carlos Plácido perdeu o estágio. Sem encontrar outro, decidiu se tornar um Micro Empreendedor Individual (MEI) e convenceu os dois amigos a embarcarem na empreitada.  

O novo empreendimento é de um segmento no qual nenhum deles tinha experiência. Montaram uma loja on-line de cuecas. “Moramos em um dos maiores polos de confecções do País. Milhares de pessoas ganhando dinheiro com isso. Não havia razão para não entrar nesse ramo também”, diz Beatriz.   

Os jovens não entendiam nada sobre varejo e confecção, aprenderam tudo via internet. E graças as aulas de história da arte na faculdade, adicionaram criatividade às cuecas que são estampadas com temas de movimentos artísticos. A primeira coleção é inspirada na Pop Art da década de 50.   

Esse é o diferencial da marca que eles apostam.  “Estamos surpresos com o poder da arte e da internet. Desde que colocamos o nosso site no ar, no dia 3 de março, temos recebido mais pedidos do que o esperado” relata Carlos Plácido, que parou de procurar estágio para investir na ideia.  

A possibilidade de abrir uma empresa formal e com impostos simplificados oferecidos pelo MEI foi crucial para os novos empreendedores. “O capital foi todo investido na produção das cuecas. Se tivéssemos que pagar impostos altos como nas outras modalidades, nada disso teria sido possível”, diz Thiago Alves.  

MEI
O Microempreendedor Individual é a forma jurídica criada por meio da Lei Complementar 128/2008, em vigor desde julho de 2009. Não há custos para a formalização. Se enquadram no MEI, pessoas que trabalham por conta própria e com faturamento de até R$ 60 mil reais por ano.   

O imposto é simplificado e corresponde a 5% de um salário mínimo por mês, acrescido de R$ 5,00 (para prestadores de serviço) ou R$ 1 (para Comércio e Indústria). O pagamento é feito por meio do DAS (carnê) emitido através do Portal do Empreendedor. Fonte: G1 Caruaru
Cuecas foram alternativas de jovens para empreender (Foto: Cícero Ismael/Cortesia)