Um documento, caracterizado
como um Boletim de Ocorrência, foi encontrado com o nome de Virgulino Ferreira
da Silva, mais conhecido como Lampião e será disponibilizado como item de
exibição em museu no Instituto Técnico-Científico de Perícia do Estado (Itep)
de Natal, no Rio Grande do Norte. O texto traz uma relação de 55 cangaceiros, o
de Lampião sendo o primeiro nome da lista. O documento foi classificado como um
prontuário aberto em 29 de abril de 1940 e finalizado com “pronunciados pelo
juiz como incursos nas penas do artigo 294 da Consolidação das leis Penais, e
do artigo 356, da mesma consolidação.”
Isso significa que todos os
nomes citados foram acusados de matar e subtrair “para si ou para outrem cousa
alheia móvel, fazendo violência à pessoa ou empregando força”. Segundo o
historiador Frederico Pernambucano de Mello não era comum haver denúncias,
processos ou depoimentos contra Lampião ou seu bando. “Exerciam dominação por
meio de terror, então o número de processos é relativamente pequeno quando
comparada à quantidade de crimes”, explicou à repórter Renata Moura, para a
Folha de São Paulo. Esse documento inédito estava armazenado em uma sala do
Itep, dentro de uma pasta. O documento seria anexado a um ofício do juiz da
Comarca de Pau dos Ferros, que fica a 400 km de Natal, e então enviado ao
coronel chefe da polícia. Fonte: Diario de Pernambuco
Em junho de 2017, o Itep
fará uma exibição com registros civis e criminais, assim como máquinas e
equipamentos usados por peritos e o B.O. também poderá ser encontrado na
exibição histórica. Lampião foi morto em 1938, enquanto acampava com seu bando
na Fazenda Angicos, no Sertão sergipano. Até então, a região era considerada
segura para os cangaceiros, que acabaram emboscados e abatidos, segundo
historiadores, em menos de 10 minutos, por forças policiais do estado vizinho,
Alagoas.